Cipriano era um jovem empregado de limpeza, simpático e bem-falante, aparentemente trabalhador dedicado. O seu maior defeito era, talvez, a sua aparente incapacidade de perceber quando estava a ser inconveniente ou inoportuno.
Quando pensamos nos passos importantes que o país tem dado com a realização de vários instrumentos jurídicos de cooperação com destaque para a Espanha, Brasil e, recentemente, com a República da Coreia do Sul, é reconhecer que novas dinâmicas serão implementadas, como reduzir burocracias e animar o desempenho da balança comercial entre os países.
"É preciso que as crianças tenham mais acompanhamento, em especial das famílias”, foram palavras expressas sob a forma de alerta por parte da directora-adjunta do Instituto Nacional da Criança (INAC), um gesto que, apesar de demasiado óbvio e eventualmente desprovido de qualquer necessidade, ainda é passível de ser feito na nossa sociedade.
Parece até um apelo fastidioso, mas, na verdade, traduz o reflexo em que se encontra a sociedade, as famílias e, fundamentalmente, os laços de paternidade e maternidade que, regra geral, acabam por expor o elo mais fraco da cadeia: as crianças.
Quando se permite que os piores indicadores sociais afectem o segmento que mais devia ser protegido, fica fácil saber que resultados podemos esperar nos próximos dez, vinte ou quarenta anos, com adultos que tenham passado por situações evitáveis de maus-tratos na forma de abandono parental, mendicidade forçada, abusos sexuais, trabalho forçado, entre outros.
O apelo de Elisa Gourgel, sobre a necessidade de se trabalhar mais na sensibilização das famílias e da sociedade para o cuidado emocional da criança, constitui um desafio e ao mesmo tempo um alerta que devia mobilizar, comover e levar à tomada de medidas.
Não se pode conviver com situações em que, tal como descreveu a número dois do INAC, os pais fujam das responsabilidades paternais sem que sofram nenhuma consequência. Nos casos de alguma psicose, alguma perturbação ou problema mental, clinicamente comprovado, que os leve a pensar que não tenham ninguém para cuidar, talvez não seja suposto esperar medidas em contrário para lidar com uma situações nestes moldes.
O Estado e todas as suas instituições, as igrejas, as escolas, as associações profissionais, culturais, cívicas, os sindicatos e todos os outros entes, com responsabilidades directas e indirectas no que ao futuro de Angola e das gerações vindouras diz respeito, devem repensar o tratamento que é dado, hoje, às crianças.
Vale encorajar o INAC pela incansável advocacia pela defesa dos direitos das crianças, ao lado de iniciativas, igualmente, promissoras de parceiros do Estado em nome dos mais novos.
O cuidado, a atenção e a protecção que são devidos aos menores, pelos adultos, devem ser entendidos como um imperativo com reflexos posteriores na vida daqueles últimos. De outra forma, de nada valerá o espanto ou a indignação que ocorrerem, como já sucedem com muitos progenitores, quando as famílias se deparam com casos de abandono dos pais por parte dos filhos, quase sempre uma consequência e nunca uma causa em si. Por isso, urge um digno e merecido tratamento às crianças para que a vida de todos corra bem agora e depois, porque tratar bem da criança, hoje, é cuidar bem do velho, amanhã.
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