Opinião

Após a BITUR precisamos de andar mais rápido

A Bolsa Internacional do Turismo (BITUR), recentemente realizada na cidade do Lubango, província da Huíla, mostrou que a referida localidade já figura na cartilha das escolhas de muitos cidadãos nacionais e até mesmo estrangeiros residentes em Angola, para a prática do turismo.

07/05/2024  Última atualização 07H43

Na mesma esteira podem ser colocadas as províncias de Malanje, Benguela, Namibe – só para citar estas – dentre as abençoadas pela natureza, com raridades que, aos olhos de todos que as visitam, constituem um verdadeiro regalo.

Essa realidade é um indicador de que deve ser dedicada uma atenção especial na perspectiva da capitalização efectiva do turismo, para lá de todos os tipos de discursos que, em boa verdade, já foram feitos e se afiguram menores, ante ao que de facto deve ser realizado.

E, num primeiro momento, contra toda a dor, a verdade  obriga-nos a aceitar que olhar para a componente financeira na perspectiva de lucro, por enquanto, é utópico, ou seja, funciona como algo comparado ao exercício de colocar a carroça à frente dos bois, como é proverbialmente dito entre nós.

Da constatação de estar na hora dos discursos darem lugar às acções concretas, faz todo o sentido defender que, mais do que agir ou andar depressa, é necessário tomarem-se as medidas certas no tempo, espaço e oportunidade.

À guisa de exemplo, é importante que seja definida, com caraterísticas específicas, uma política nacional de formação de recursos humanos considerando-os, dentre os vários factores, os primeiros a capitalizar na cadeia do turismo, na sua mais ampla percepção.

Esta asserção reforça, por exemplo, a necessidade de correcção urgente do défice de guias turísticos que a província de Malanje tem, cerca de 25, bastante insuficientes para a enormidade de pontos de atracção turística, nomeadamente, as Pedras de Pungo – Andongo, Rápidos do Cuanza, Quedas de Kalandula, Túmulos dos Soberanos do Reino do Ndongo, entre outros. Urge, igualmente, pensar com a máxima urgência na instalação de um centro de formação turística que sirva o triângulo geográfico que circunscreve as províncias da Huíla, Namibe e Benguela, cujas potencialidades turísticas são por demais reconhecidas.

Mais ainda, no âmbito da Política Nacional do Turismo, se é que existe, que sejam consideradas acções específicas de diplomacia turística, voltada para atrair os cidadãos dos países vizinhos da região sul de Angola, concretamente a Namíbia e a África do Sul, sem prejuízo para outras latitudes do Mundo.

Se é que existem, são poucas as dúvidas de que Angola seja um gigante turístico adormecido, que carece de uma injecção letal com o fim de despertá-lo para as valências que pode oferecer à Nação.

Em jeito de conclusão, recuperamos extratos de uma abordagem já aqui feita, resumida na seguinte questão: quais são, pois, as razões de estrangulamento para que o turismo não tenha dado, até agora, o passo galopante no sentido de posicionar-se no lugar que lhe é devido no contexto da economia nacional e não só?

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