O Presidente chinês, Xi Jinping, classificou, esta segunda-feira, a morte do homólogo iraniano Ebrahim Raisi, como trágica e uma "grande perda para o povo iraniano", divulgou o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.
Ali Bagheri foi nomeado "chefe da Comissão de Relações Externas do Governo", na sequência da morte do ministro dos Negócios Estrangeiros, Hossein Amir-Abdolahian, num acidente de helicóptero.
O Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, após negar a proposta de cessar-fogo aceite pelo Hamas, na segunda-feira, para acabar com a guerra em Gaza, ordenou a entrada do Exército em Rafah, tomando a cidade fronteiriça com o Egipto, ignorando os apelos da comunidade internacional.
Enquanto prosseguem as operações militares, as partes não anunciaram a suspensão das conversações no Cairo. No entanto as Nações Unidas anunciou, ontem, que o Exército israelita negou o acesso a Rafah, a principal porta de entrada da ajuda humanitária no território palestiniano.
"Centenas de camiões carregados de combustível e de ajuda humanitária estão bloqueados” no Egito, na sequência do encerramento das passagens de Rafah e Kerem Shalom, segundo fontes egípcias.
O alto representante da União Europeia (UE) para Assuntos Externos e Segurança, Josep Borrell, alertou que a ofensiva provocará uma crise humanitária "ainda maior” do que a que Gaza já sofre. "Certamente a situação é muito preocupante. Não posso antecipar as perdas humanitárias que isto vai originar”, alertou Borrell, ontem, perante a imprensa, à chegada a um Conselho de Ministros europeu do Desenvolvimento.
Os Governos da Jordânia e da Turquia condenaram a tomada de Rafah. Numa mensagem publicada na conta pessoal na rede social X, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Jordânia, Ayman Safadi, exigiu, paralelamente, que o Conselho de Segurança da ONU "intervenha imediata e firmemente”.
O Vice-Presidente da Turquia, Cevdet Yilmaz, juntou a sua voz às críticas, afirmando que tomar o controlo do lado palestiniano da passagem de Rafah é "acrescentar mais um crime de guerra” aos cometidos no âmbito da ofensiva lançada contra a Faixa de Gaza.
"Ao realizar um ataque terrestre a Rafah, um dia depois do Hamas ter aceitado a proposta de cessar-fogo do Qatar e do Egipto, Israel está a acrescentar mais um crime de guerra aos já cometidos nos territórios palestinianos desde 7 de Outubro”, afirmou Yilmaz numa mensagem na rede social X.
O Exército israelita assumiu o controlo de Rafah do lado palestiniano da passagem de fronteira com o Egipto, sete meses após o início da guerra contra o Hamas em Gaza.
Os bombardeamentos nocturnos na cidade causaram a morte de pelo menos 27 pessoas, segundo dois hospitais de Rafah citados pela AFP. Israel divulgou imagens de tanques com a sua bandeira e alegou estar a levar a cabo uma operação anti-terrorista em "áreas específicas” do leste da cidade.
Na véspera, o exército israelita tinha apelado para a retirada de dezenas de milhares de famílias do leste da cidade, onde vivem 1,4 milhões de palestinianos, segundo a ONU. A medida foi vista como uma antecipação de uma ofensiva terrestre que o Primeiro-Ministro israelita, Benjamin Netanyahu, prometeu lançar para eliminar os últimos batalhões do Hamas.
As forças israelitas confirmara, em comunicado, que quatro morteiros atingiram a zona de Kerem Shalom sem causar feridos ou danos, cita a agência francesa AFP. O braço armado do Hamas, as Brigadas al-Qassam, anunciou antes que tinha disparado foguetes contra as tropas israelitas junto à passagem de Kerem Shalom.
A ofensiva militar israelita na Faixa de Gaza provocou cerca de 34.800 mortos, de acordo com o Hamas, que controla o território desde 2007.
EUA suspende envio de munições
O Governo de Israel está a tentar entender porque os Estados Unidos suspenderam, pela primeira vez, desde o início do conflito em Gaza, o fornecimento de munições, segundo o portal Axios, que cita duas fontes autoridades israelitas sob anonimato.
"Autoridades israelitas disseram que o fornecimento de munições a Israel foi interrompido na semana passada”, informou o portal, citado pela imprensa brasileira. Segundo a publicação, a decisão despertou sérias preocupações dentro do Governo liderado por Benjamin Netanyahu, e autoridades estão a tentar entender por que o carregamento foi retido. O artigo lembra que o Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, enfrenta, internamente, duras críticas por conta do apoio a Israel na ofensiva na Faixa de Gaza. Em Fevereiro, Washington pediu a Telavive garantias de que as armas fornecidas pelos EUA seriam utilizadas no enclave em consonância com as leis de direito internacional. Em Março, Israel enviou uma carta de garantias ao Governo norte-americano.
O texto também enfatiza que a gestão Biden está "altamente preocupada” com os planos de Netanyahu para lançar uma ofensiva contra a cidade de Rafah, no Sul de Gaza, onde se encontram abrigados pelo menos 1,4 milhão de palestinos deslocados pela ofensiva.
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